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Quando procurar um fonoaudiólogo?

17 de abril de 2017

É com quase um ano de idade que os pequenos começam a falar. Porém, é próximo aos dois anos que eles são capazes de formar frases com duas palavras, pronunciar outras 30 e compreender o significado de aproximadamente 200 palavras. Mas isso não é uma regra, já que cada criança tem o seu próprio tempo e ritmo.

Geralmente, as primeiras palavras que a criança pronuncia são simples, de uma ou duas sílabas, referentes a nomeações de objetos ou pessoas. “Mã” (mãe), “pa” (pai), “aa” (água) são exemplos comuns.

Especialistas afirmam que todos os fonemas, ou seja, os sons da letras, devem ser adquiridos até os cinco anos, e isso inclui os mais difíceis como o R e o L. Até aprender a falar tudo, é comum a troca de letras, assim como a repetição das palavras e sílabas. Mas, afinal, quando é a hora de consultar um fonoaudiólogo?

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Como o processo acontece por etapas, é preciso a atenção dos pais e a procura por um especialista em caso de atraso de determinados períodos. Primeiro a criança balbucia, depois fala algumas palavras, monta frases, pronuncia todos os sons corretamente, e assim por diante.

Nada ocorre de um dia para o outro, explicam os especialistas no assunto. As crianças também podem começar a soltar a língua quando entram na escola, embora isso não seja uma regra. Isso acontece pelo fato de que, longe de casa, elas são obrigadas a se virar sozinha, se comunicar e interagir.

Da mesma forma, o contato com outras crianças e professores também é um estímulo para aumentar o vocabulário infantil. Entretanto, a escola sozinha não faz milagre. Muitas vezes, o pediatra recomenda que a família aguarde até a criança entrar na escola, por volta dos 2 ou 3 anos.

Mas se ela fala muito menos do que o esperado para a idade antes disso, vale a pena fazer uma avaliação, recomendam fonoaudiólogos.

Atraso na fala

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Entre os problemas mais comuns que causam atraso na linguagem estão os auditivos, os neurológicos (como autismo e síndrome de Down) e os respiratórios. As deficiências na audição são a primeira coisa a ser investigada. Pois mesmo que a criança tenha feito o teste da orelhinha ao nascer, otites de repetição e outras doenças podem afetar a audição e também a fala.

Já os problemas respiratórios, como rinite e outras doenças que fazem a criança respirar de boca aberta, prejudicam o tônus muscular, de modo que as palavras não são pronunciadas corretamente – o mesmo ocorre por causa do uso exagerado de chupetas e mamadeiras, portanto vale prestar atenção em tudo.

Muitos casos de atraso na linguagem não exigem um longo tratamento, apenas uma orientação aos familiares para estimular a criança adequadamente no dia a dia. Em vez de dar tudo de imediato, por exemplo, eles terão de aprender a esperar que ela peça, e não apenas aponte o que quer. Também acontece muito de os pais ou cuidadores repetirem as palavras erradas, do mesmo jeito que a criança, quando o melhor é ensiná-las o jeito correto. A linguagem e o pensamento estão interligados.

Teste da linguinha é obrigatório

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Desde dezembro de 2014, hospitais e maternidades das redes pública e particular são obrigados a fazer o chamado teste da linguinha em recém-nascidos. A determinação foi criada pela Lei 13.002/2014. O objetivo do exame é detectar se existe alguma alteração no chamado frênulo, membrana que liga a língua à parte inferior da boca.

A alteração pode gerar a popular língua presa. A fonoaudióloga e integrante da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia Roberta Martinelli, em entrevista para a Agência Brasil, explica que criou a metodologia para fazer a avaliação de bebês e diagnosticar o problema.

“No primeiro momento, o teste veio para detectar a língua presa, que é quando esse fio está fixado mais para a ponta da língua e limita o movimento”.

Conforme ela, os problemas vão além da dificuldade na fala. No caso dos recém-nascidos, a alimentação pode ser prejudicada já que afeta a sucção. “Tem sido uma das maiores causas de desmame precoce. O bebê pode ter dificuldade de passar para a papinha porque não consegue deglutir. Por volta de um ano e meio, pode ter problemas no processo mastigatório também”.

A fonoaudióloga lembra que o exame observa os aspectos físicos da língua, mas que outras características também precisam ser avaliadas como, por exemplo, a maneira como a criança mama e até mesmo o choro. “É através dele que temos a certeza logo que a criança nasce”, finaliza a profissional.