Criatividade, tecnologia e inovação. Foram esses os ingredientes que levaram um designer sueco a juntar diversão com a necessidade e deixar a vida crianças com deficiência mais alegre. Para tornar a vida desses pequenos mais divertida, Carlos Arturo Torres, da Universidade Umea, criou uma prótese de braço bastante inovadora. Com ela, é possível acoplar extensões criadas com peças Lego – que geralmente são uma diversão e tanto com as crianças -, no lugar de uma mão.     IKO, como é chamada a prótese, é um sistema protético criativo concebido às crianças para que seja possível explorar e capacitar sua criatividade de uma forma lúdica, social e amigável. Carlos explica no site do projeto que as necessidades de uma criança com deficiência nem sempre são relacionadas a atividades físicas, e sim no aspecto social e psicológico. O projeto propõe uma nova mentalidade sobre as próteses. “Ás vezes um elemento funcional é tudo o que precisam, mas em outras vezes pode ser uma nave espacial, ou uma casa de boneca, um telescópio, ou um controlador de vídeo game, entre outras coisas que ela pode fazer”, descreve o designer no site da IKO.     A ideia de Carlos com a criação do projeto é empoderar essas crianças, mostrando que elas são diferentes, mas que não há nada de errado nisso. Além de ser um dos brinquedos mais populares do mundo, as peças de montar da Lego dão vez à criatividade e podem ser montadas individualmente ou com os amigos. “E se as crianças pudessem usar sua imaginação para criar ferramentas de acordo com suas necessidades? E se as crianças pudessem fazer próteses e se divertir ao mesmo tempo? Aprendendo. Criando. Sendo crianças“, essa é a proposta do IKO, que deseja dar voz para crianças com alguma deficiência, a fim de que elas percebam o quão especiais são.     Durante a fase inicial do projeto, Carlos viajou à Colômbia para conhecer um dos seus patrocinadores: o Cirec, que trabalha em diversas áreas para reabilitar pacientes com deficiência. Lá, o designer conheceu o menino Dário, que criou garras robóticas e canhões de luz no lugar da mão e pode se divertir tendo o membro superior que bem entender.     Lego é apenas um começo No site do projeto, Carlos também fala da parceria com a Lego. “Esta empresa foi crucial para entender minhas descobertas durante a investigação. Eles realmente conhecem as crianças e compartilharam o valor do jogo e da importância de aprender juntos”, revela o designer, que busca também o apoio das famílias no projeto. A IKO comenta que este projeto deve ser global, e a parceria com empresas estratégicas permitirá uma flexibilidade maior e preços mais acessíveis para quem necessita. E Carlos vai ainda mais longe: “Imagina a Marvel desenvolvendo super-heróis, a Mattel disponibilizando casas de bonecas, a GE microscópios e a Nintendo com acessórios compatíveis?”. É a vida das crianças com deficiência se tornando cada dia mais divertida e cheia de possibilidades.