Ouvidoria   

O primeiro chute

12 de junho de 2014

  O Brasil tem 45,6 milhões de pessoas com deficiência, segundo o IBGE. Os brasileiros que possuem algum tipo de deficiência, seja visual, auditiva, motora ou intelectual, representam 23,9% da população. No dia em que começa a copa do mundo no Brasil, um jovem paraplégico irá dar seu primeiro chute. O sonho vai se concretizar com a ajuda de um exoesqueleto. A cerimonia de abertura da Copa do Mundo, que ocorre dia 12 de junho, no Estádio do Corinthians, em São Paulo, terá entre as milhares de pessoas que vão participar do espetáculo, a participação especial de 1 dos 8 jovens brasileiros, entre os 20 e 35 anos, sem movimentos e sensibilidade nos membros inferiores. Esses jovens foram selecionados para participar da fase final do projeto e experimentar o exoesqueleto que lhes permite andar com a ajuda da tecnologia.  

Exoesqueleto primeiro Chute blog unimed vtrp 3

  A estrutura foi criada sob o projeto Walk Again, desenvolvido por uma equipe internacional de cientistas, e a partir do trabalho iniciado em 2003 por Miguel Nicolelis, neurocientista e professor brasileiro na Universidade de Duke, na Carolina do Norte. Essa tecnologia dá suporte para a parte inferior do corpo, usando a atividade do cérebro para desencadear o chute. As ondas cerebrais são detectadas através de eletrodos no couro cabeludo, e a tecnologia sem fio é transformada em comandos que produzem movimento no exoesqueleto. Esse movimento será complementado por feedback, para tornar a experiência mais natural. Isso significa que o processo vai incluir sensores para monitorar toque, temperatura e força, que serão alimentados de volta para o usuário através de displays visuais e motores vibratórios. Esses mesmos sinais podem ser retransmitidos diretamente no cérebro do usuário, para permitir que o usuário experimente o movimento como se fosse parte dele.  

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  “As vibrações podem replicar a sensação de tocar o chão, rolar o pé e chutar a bola“, diz o principal engenheiro robótico do projeto, Gordon Cheng, da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha. “O desafio será combinar essas sensações com os padrões e movimentos cerebrais. Há muito detalhe, é fenomenal”. O “chutador inicial” será escolhido a partir de um pequeno grupo que treinará no Brasil durante o período de preparação para a Copa do Mundo. Por enquanto, os participantes ainda estão usando exoesqueleto virtuais, mas logo devem experimentar com o real. Nas últimas semanas, Nicolelis tem dado entrevistas e divulga o projeto através de posts na sua página do Facebook.  

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Informações via Portal da Copa.