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Gaúcho saudável sem perder a tradição

Unimed VTRP dá dicas de como manter uma vida sadia sem deixar de lado os bons costumes

19 de setembro de 2016

O santa-cruzense Lauri Lair Lersch é o retrato do típico gaúcho. Com lenço, bombacha e um bom chimarrão, ele mostra forte identificação com o Rio Grande do Sul. Como bom gaúcho, Lauri não dispensa a companhia do churrasco e do mate amargo, presença garantida nos encontros de família e nas cavalgadas. Aos 66 anos de idade, ele viu sua rotina mudar após o sinal de alerta dado por seu cardiologista. Era hora de parar, repensar os hábitos alimentares e incluir a prática de exercícios físicos no calendário.

 

Lauri não desanimou. Cliente da Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo desde 1987, ele buscou auxílio no Espaço Viver Bem Unimed em Santa Cruz do Sul. Passou pelo acompanhamento de profissionais capacitados que realizaram verificação de peso, condições de saúde e pressão arterial. “Fui orientado a consultar uma nutricionista e, a partir daí, venho frequentando assiduamente as aulas de atividade física. Seguindo as orientações, minha saúde foi se restabelecendo e me sinto cada dia melhor e mais saudável”, aponta Lauri.

 

Lauri Lair Lersch, cliente Unimed e gaúcho de coração

 

 

Gaúcho de coração, o santa-cruzense afirma que não foi fácil alterar hábitos que mantinha há anos, principalmente para quem participa de cavalgadas anuais de aproximadamente 300 quilômetros durante a Semana Farroupilha, quando o churrasco mais gordo é o mais desejado. “Assistindo as palestras sobre as mais diversas áreas da saúde fornecidas pelo Espaço Viver Bem, e seguindo as orientações da nutricionista e da enfermeira, diminuí muito o consumo de carne vermelha. Não deixo de comer o churrasco, mas procuro me conter, escolho os tipos mais magros. Aprendi que um bom peixe assado também é gostoso e mantém a saúde em melhores condições”, ressalta. 

 

Desde guri, o representante comercial César Tadeu Kist Wendt, 50 anos, gosta de participar de cavalgadas. Apaixonado pela cultura e pelos costumes gaúchos, chega a ficar uma semana andando a cavalo com os amigos. E nesses encontros não faltam comidas ricas em calorias e gordura: feijoada, mocotó e churrasco. “A tentação é muito grande, mas tenho me controlado para escolher somente cortes mais magros de carne. Além disso, diminuí bastante as porções. Por orientação médica, só pego um pedaço de carne do tamanho da palma da minha mão”, conta o morador de Lajeado. No dia a dia, tem passado longe de churrascarias, dando preferência a restaurantes com buffet por quilo, onde pode consumir frango sem pele ou peixe e saladas.

 

O tradicionalista César Tadeu Kist Wendt recebe acompanhamento de nutricionista no Espaço Viver Bem Unimed

 

 

A mudança de comportamento veio após o alerta médico de que ele precisava cuidar da saúde. Cliente da Unimed VTRP, há um ano recebe acompanhamento de nutricionista no Espaço Viver Bem. Nesse período já emagreceu 25 quilos. E tem só a comemorar com a significativa redução da circunferência abdominal: apertou o cinto, voltou a usar bombachas que estavam pequenas e com mais facilidade consegue se dobrar para calçar um par de botas. Também ganhou resistência física para dançar com a esposa nos fandangos. “Continuo sendo um tradicionalista, mas agora muito mais saudável”, compara Wendt.  

 

 

Os perigos escondidos no churrasco
O médico gastroenterologista Jeferson Gass, de Santa Cruz do Sul, alerta para os perigos do consumo exagerado da carne vermelha, que pode provocar alguns tipos de cânceres, especialmente o colorretal. “Existem evidências também de que a carne vermelha pode estar associada com um risco aumentado de câncer de esôfago, pulmão, pâncreas e endométrio. Já o consumo excessivo de carne processada, por sua vez, pode estar associado com o câncer de esôfago, pulmão, estômago e próstata. Os estudos sugerem que o consumo de 140 gramas por dia de carne vermelha aumenta em torno de 10% o risco de mortalidade por câncer. Se a carne for processada (hambúrguer, salsicha ou bacon, por exemplo) esse percentual aumenta para 16%”, enfatiza.

 

Dentre os principais perigos, Gass ressalta que normalmente não se percebem efeitos diretos decorrentes do uso abusivo de carne vermelha. “Aí reside o maior perigo para a saúde, pois os sintomas surgirão quando a lesão já estiver estabelecida.” A maneira de preparar a carne também pode se tornar uma armadilha para a saúde. “O preparo do churrasco, submetendo a carne vermelha a altas temperaturas, pode produzir compostos cancerígenos. Estas substâncias, quando ingeridas, interagem com a mucosa intestinal e causam danos nas células do intestino, aumentando o risco de desenvolver o câncer. Lembrando ainda que o uso abusivo de carne vermelha, especialmente os cortes com gordura, causa sérios danos ao sistema cardiovascular, elevando a chance de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral”, alerta o gastroenterologista.

Fonte de gordura saturada e colesterol, a carne vermelha pode se tornar uma grande inimiga do coração. É o que reforça a nutricionista do Espaço Viver Bem Unimed de Venâncio Aires, Nádia Jacobsen. “Sabemos que as carnes são fontes valiosas de nutrientes, em particular proteínas, ferro, zinco e vitamina B12. Porém, o consumo em excesso das vermelhas, juntamente com elevados níveis de gordura, além do ganho de peso e elevação de marcadores bioquímicos, pode ser causa provável de alguns tipos de câncer. Aumentar o consumo de proteínas de forma desregulada e sem orientação profissional pode ser perigoso para a saúde.”

 

Quando a chaleira chia
A nutricionista destaca que o chimarrão é considerado saudável. Porém, é importante lembrar que ele contribui para os benefícios de saúde quando associado a uma dieta variada e equilibrada. “Geralmente a bebida não é indicada para quem apresenta hipertensão, gastrite ou para quem sofre de insônia. Em alguns casos, orienta-se também a moderação ou restrição na gestação e amamentação. Também é preciso atenção e cuidado ao conferir o rótulo da erva mate. No caso de adição de açúcares, o uso é contraindicado para diabéticos. Mas não existe uma regra, pois as tolerâncias variam para cada pessoa. O ideal é sempre consultar com seu médico ou nutricionista.” 

 

O gastroenterologista, da mesma forma, aponta que não há restrição quanto ao uso diário do chimarrão. “Sabe-se que o mesmo é fator de risco para o câncer de esôfago, mas as evidências mostram que a relação decorre do uso abusivo de água em temperaturas muito elevadas. Portanto, para evitar esse risco de desenvolvimento de lesões malignas esofágicas, deve-se ter atenção especial à temperatura da água ingerida, não devendo ultrapassar 70ºC”, explica. 

 

O cliente da Unimed VTRP, Lauri Lersch, aponta que entre os benefícios do acompanhamento semanal no Espaço Viver Bem, está a melhora significativa na qualidade de vida, sentida também em casa pela esposa Lourdes, pelos três filhos e três netos. “Sou um eterno viciado em chimarrão, mas água fervente não é o meu forte. A temperatura é, para mim, quando a ‘chaleira chia’”, brinca. “Hoje mantenho em casa minha esteira para as caminhadas periódicas, cuido da alimentação e fiz novas amizades”, completa, afirmando que é possível alterar os hábitos de vida sem deixar de lado o orgulho e o cultivo das tradições.

 

8 dicas para consumir carne de forma mais saudável
•    Consuma carne vermelha apenas duas vezes na semana, cerca de 100 a 125 gramas por refeição, variando com a ingestão de frango e peixe, que também são ótimas fontes de proteínas;
•    Opte por carne bovina magra: patinho, coxão mole, coxão duro, maminha, filé mignon, lagarto, músculo, alcatra (sem gordura);
•    Ao escolher o frango, dê preferência para o peito, que é o corte mais saudável e magro;
•    A forma de preparo também é essencial para manter a carne saudável. Prefira as técnicas que utilizam pouca gordura, como grelhar, cozinhar, refogar, ensopar ou assar;
•    Evite a fritura ou carnes à milanesa, pois as calorias e a quantidade de gordura dobram. Além disso, a carne frita perde suas propriedades nutritivas;
•    A carne deve sempre ser servida ao ponto, nunca mal passada ou tostada. Carne mal passada pode provocar intoxicações alimentares, enquanto que na casquinha (ou crosta) da carne torrada pode haver substâncias cancerígenas;
•    Para temperar a carne, utilize temperos naturais e ervas secas como salsinha, cebolinha, alecrim, manjericão, tomilho, orégano, cebola, alho e limão, pois são ricos em antioxidantes;
•    Evite o excesso de sal.

Categoria: Unimed VTRP