Ouvidoria   

A CAT que vem do SUS

Dr. Martin Bruno Menchen (Médico do Trabalho) E-mail para contato: martin.menchen@unimedvtrp.com.br

16 de outubro de 2007

O Ministério da Saúde lançou, em 27 de abril, seis protocolos de atenção integral à Saúde do Trabalhador. Os documentos orientam os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre o diagnóstico, tratamento e notificação de acidentes de trabalho. O objetivo dos protocolos é instruir os trabalhadores do SUS a reconhecer doenças e agravos causados durante o trabalho. Porém, pode criar uma nova fonte de erros. Com notificações de acidentes ou doenças ocupacionais feitas por profissionais que não conhecem o ambiente de trabalho, sem o estabelecimento do verdadeiro nexo de causa e efeito, podem surgir transtornos para as empresas.

 

É de se temer um novo tipo de distorções, onerando as empresas com o custo de provar o contrário, quando ocorrerem imputações indevidas. Para as empresas comprometidas com a segurança de seus trabalhadores, é fundamental um programa de gerenciamentos de riscos (PPRA) eficaz, como resguardo contra esta eventualidade. Já as empresas que tratam da segurança com displicência, pagarão caro pela indiferença.

 

O Ministério da Saúde desenvolve uma Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador, incluindo a assistência às vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, em todos os níveis do SUS. Esperamos que o governo venha a ressuscitar órgãos tais como os Centros de Recuperação Profissional (CRP) sucateados e quase extintos nas últimas décadas, e que já foram motivo de orgulho no passado, como foi o atendimento aos acidentados. Em todo o mundo, anualmente, cerca de dois milhões de trabalhadores perdem suas vidas no trabalho. No Brasil, os números apontam para 2.708 mortes em 2005, o que equivale a uma a cada três horas de trabalho ou sete mortes por dia.  Além destes, 491.711 brasileiros se acidentaram no mesmo período.

As estatísticas se restringem aos casos ocorridos com trabalhadores segurados pela Previdência Social, com direito ao seguro de acidentes de trabalho, o que representa apenas 35% da População Economicamente Ativa (PEA). Os acidentes mais comuns durante o trabalho são: ferimentos, fraturas e traumatismos de punho e mão, amputações, queimaduras, corrosões e esmagamento.

O trabalhador brasileiro está ainda muito longe de poder se sentir seguro em sua atividade laboral.

Categoria: Unimed VTRP

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