Ouvidoria   

A vida é maior do que o câncer

07 de outubro de 2014

Gestantes que sofrem de câncer passam por uma experiência contraditória. Segundo o INCA o câncer afeta 1 em cada mil mulheres grávidas. A quimioterapia e a radioterapia, principais formas de tratamento do câncer atualmente, trazem riscos para a integridade do bebê. Por outro lado, a falta de tratamentos durante a gravidez ameaça a vida da mãe. Dentre os tipos de cânceres identificados durante a gravidez, o câncer de mama é o mais frequente, em quase 50% dos casos, seguido pelos linfomas/leucemias agudas, em aproximadamente 27% dos casos. Tendo como foco as mulheres com câncer de mama, torna-se fundamental a identificação da fase ou o trimestre da gravidez em que a paciente encontra-se. A maior restrição ocorre no primeiro trimestre, que é o período mais delicado para o bebê.

before-and-after-pregnancy

  Em entrevista para o Saúde da Web, o Dr. Israel Gonçalves, da Oncomed BH, esclareceu dúvidas sobre o assunto. 1) Se uma mulher, que já está grávida, descobrir que tem um câncer. O que deve ser feito? Dr. Israel: Inicialmente, deve-se procurar um oncologista, que, juntamente com seu obstetra/ginecologista, definirão a melhor abordagem do caso.   2) E se a gravidez acontecer sem planejamento? Ex: a mulher está fazendo uma quimioterapia e descobre que está grávida. O que deve ser feito? O risco é tanto para a mãe quanto para o bebê? Dr. Israel: Neste caso, depende do tipo de câncer, do sítio primário do tumor, do estágio da doença e do tipo de tratamento que a paciente realiza naquele momento. Existe o risco de malformações para o feto nas primeiras semanas de gestação com o uso de alguns quimioterápicos. Para a mãe, dependendo do tipo de câncer, pode haver necessidade de interrupção da quimioterapia e redução da eficácia do tratamento ou mesmo a necessidade de interrupção da gravidez.   3) Em tratamento contra um câncer, a mulher pode usar métodos contraceptivos, como o uso de anticoncepcional para não engravidar? O anticoncepcional pode interferir no resultado do tratamento oncológico? Dr. Israel: Sim. Durante um tratamento oncológico é recomendado evitar a gravidez preferencialmente com os métodos de barreira mecânica como a camisinha. O melhor método anticoncepcional deve ser discutido com o seu médico uma vez que alguns tipos de hormônios podem interagir com alguns quimioterápicos e acelerar o crescimento de alguns tumores.   4) No caso de uma gravidez de uma paciente com câncer, qual médico ela deve procurar: oncologista ou ginecologista/obstetra? Dr. Israel: Tanto o oncologista como o ginecologista/obstetra devem estar envolvidos na condução do caso com objetivo de garantir a saúde do bebê e o sucesso do tratamento da mãe.   5) Os tratamentos de quimioterapia e radioterapia podem prejudicar o desenvolvimento do bebê? Dr. Israel: Tanto a quimioterapia quanto a radioterapia implicam em riscos para a saúde fetal. A radioterapia é contraindicada em qualquer fase da gestação. A quimioterapia pode ser realizada a partir do segundo trimestre, fase em que o bebê já se encontra formado.   6) Pacientes diagnosticadas com câncer podem preservar a sua fertilidade no futuro? Quais são os métodos para isso? Dr. Israel: Sim. Através de técnicas de congelamento e armazenamento dos gametas. Em caso de desejo de gravidez futura, este procedimento deve ser discutido com o médico assistente para ser encaminhada para o profissional especializado e realizado rapidamente, evitando atrasos no tratamento oncológico.   7) Depois de concluir o tratamento, quanto tempo, em média, a mulher deve esperar para engravidar? Dr. Israel: Não é muito bem definido na literatura um período estabelecido para a gravidez após o tratamento com quimioterapia/ radioterapia. Cada caso deve ser orientado individualmente devido os diferentes esquemas de quimioterápicos e tipos de tumores.   8) Existe algum tipo de câncer que impede a mulher de poder engravidar no futuro? Dr. Israel: Sim. Alguns tumores que envolvem o sistema reprodutor feminino, como útero, ovários, quando tratados cirurgicamente podem impedir de maneira definitiva uma gravidez futura.  

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Ao descobrir que a mulher, grávida e prestes a dar a luz, está com câncer de mama em estágio dois, o marido decidiu raspar o cabelo em apoio.

Os médicos dizem que o prognóstico é bom para ela e para o bebê, mas indicaram a quimioterapia, que faria com que ela perdesse os cabelos em breve.
Os cortes foram registrados, você pode conferir todas as fotos por aqui.
A reação positiva do casal ao tratamento e à doença arrancou mais de mil comentários.
A boa notícia é que, não só a quimioterapia funcionou, mas os remédios também. Elas não atravessaram a placenta e o bebê está seguro.

 

Informações do Inca e Oncomed BH.