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Precisamos lutar contra as superbactérias

15 de fevereiro de 2018

Atualizado em 27/06/2020

Até 2050, cerca de 10 milhões de pessoas no mundo podem morrer, anualmente, em virtude das superbactérias. Essa assustadora realidade foi projetada recentemente pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que faz o alerta na tentativa de reverter a situação por meio de ações preventivas.

Mas afinal, o que são essas superbactérias?

Quem explica é a médica infectologista da Unimed VTRP em Santa Cruz do Sul, Cristiane Pimentel Hernandes. “A expressão ‘superbactéria’ normalmente é atribuída a bactérias multirresistentes, que não respondem a grande maioria dos antibióticos disponíveis atualmente. Geralmente são de origem hospitalar, infectando e causando prejuízos à saúde de pacientes em estado mais grave”, argumenta.

Essa mutação pode até parecer complexa, mas não é. Ao atacar as bactérias, os antibióticos exercem uma determinada ‘pressão’ sobre elas, que lutam para sobreviver. Aquelas que conseguem escapar são chamadas de resistentes e passam a se multiplicar de forma desordenada, tornando-se mais fortes.

E esse processo, conforme reforça a médica, pode ser acelerado por alguns fatores, como o uso excessivo de antibióticos, alerta Cristiane.

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A infectologista traz outro dado importante. Entre 25% e 35% dos pacientes hospitalizados fazem uso de antibióticos em algum momento da internação. E a intensidade desse uso leva ao surgimento de cepas multirresistentes, responsáveis por infecções graves e, até mesmo, superinfecções.

“Desde a década de 40, muitos antibióticos vem sendo usados no tratamento de processos infecciosos, prática que contribuiu para a redução da incidência e/ou dos óbitos dessas doenças. Porém, o ato de prescrever estes medicamentos, especialmente os mais novos e potentes, tornou-se comum para todos os médicos, mesmo sendo recomendado o uso racional desses remédios”, explica a profissional, argumentando que essa atitude também contribui para o aparecimento dessas bactérias mais resistentes.

Unindo forças para prevenir

O surto de superbactérias pode ser combatido com medidas simples e importantes. Aos pacientes, a principal orientação é jamais tomar qualquer antibiótico sem orientação médica. A médica ressalta as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são os locais com maior quantidade de bactérias multirresistentes.

“Além do uso excessivo de antibióticos, a transmissão entre pacientes é amplificada em UTIs e ambientes hospitalares em função da menor adesão à higienização das mãos.”

Portanto, fique atento: um ato simples como lavar as mãos pode ajudar a controlar diversas infecções, principalmente em ambientes hospitalares. Faça sua parte e ajude na prevenção.

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