A Burka Avenger ou, em português, a Vingadora de Burca, é uma professorinha de meninas de aparência inofensiva que se esconde por baixo de uma burca preta para lutar contra fundamentalistas que querem fechar escolas. Para defender a educação, Jiya usa armas também um tanto incomuns: livros e canetas. De acordo com Adeel Abid, diretor da Unicorn Black, empresa que desenvolve o desenho animado, ao usar livros e canetas para se defender de fundamentalistas, a Vingadora de Burca tenta passar a mensagem de que a violência não é um caminho para resolver os problemas do Paquistão. O Paquistão é um país onde a educação de meninas ainda é uma questão social. Em outubro de 2012, a jovem ativista Malala Yousafzai, então com 15 anos, recebeu um tiro no rosto quando o ônibus que a levava para a escola foi atacado por um grupo terrorista.

Desde os 12 anos, Malala defendia o direito de as meninas paquistanesas frequentarem a escola. Depois de uma recuperação demorada, a sua primeira aparição ocorreu em 12 de julho, durante a Assembleia da Juventude da ONU, em Nova York, mesmo dia em que completava 16 anos. “Vamos pegar nossos livros e canetas. Eles são nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo. A educação é a única solução”, disse ela na ocasião. A série terá 13 episódios de 22 minutos. Para tornar o programa ainda mais atraente, a trilha sonora é formada por músicas de alguns dos cantores mais famosos do sul da Ásia. Um deles é Haroon, dono da produtora da série. Ela será veiculada na maior rede televisiva do Paquistão, mas seu conteúdo foi aprovado por órgãos estatais. “O principal objetivo da série A Vingadora de Burca é fazer as pessoas rirem, entreter e passar uma mensagem positiva para a juventude”, afirmam os idealizadores no site. Além do desenho animado, serão lançados jogos para computadores e celulares e um CD com a trilha sonora da série.