Ouvidoria   

Novembro Roxo: Vamos falar sobre prematuridade?

Conheça a história de uma mamãe que viveu os desafios da prematuridade e entenda porque o acompanhamento médico em todas as fases da gestação é essencial para evitar complicações na gestação.

17 de novembro de 2021

A notícia de uma gravidez gera muitas expectativas para as mamães, principalmente quanto a saúde do bebê e ao momento do parto. Por 40 semanas, aproximadamente, as mulheres intensificam os cuidados com a saúde para garantir que tudo dê certo durante a gestação. No entanto, alguns fatores podem provocar o nascimento precoce da criança, fenômeno conhecido como prematuridade e que acomete mais de 11% dos recém-nascidos no Brasil. 

Para ser considerado prematuro, o bebê precisa nascer antes da 37ª semana gestacional. Quando isso ocorre, é comum que as famílias fiquem muito aflitas, afinal, muitos acreditam que isso resultará em sérios problemas de saúde para a criança – o que nem sempre é verdade. A história destes pequenos pode ser transformada com todo o cuidado, dedicação e amor da família e equipe médica. 

“Fui muito abençoada pelas pessoas que me cercavam” 

Quando Franciele Schneider completou 32 semanas e 4 dias de gestação foi surpreendida pelo nascimento da pequena Antônia Valentina, no dia 08 de dezembro de 2019. Na época, a professora estava internada devido a uma complicação no colo do útero, constatada pelo obstetra já na segunda consulta, quando a mamãe estava ainda na 18ª semana.  

“Havia uma grande dilatação no colo do útero, fazendo com que, na 20ª semana, eu realizasse uma cerclagem uterina. E na 23ª aconteceu minha internação no hospital, com pré-eclâmpsia (uma mudança na pressão arterial)”, conta Franciele. 

Para evitar mais complicações, a bebê e a mãe eram monitoradas diariamente por ecografias. A cada exame, a professora lembra que uma nova angústia surgia. Havia suspeita que Antônia desenvolvesse Síndrome de Down ou nanismo, pois a pequena crescia muito pouco e o corpo não estava proporcional.  

“Os médicos que me acompanhavam no hospital, também não tinham certezas, nem de parto, nem de anomalias na bebê tão pequena. Era só questão de tempo e aguardar a bebê nascer para vê-la!” 

Enquanto aguardava ansiosa pelos próximos capítulos de sua gestação, Franciele se dedicou a entender melhor sobre a prematuridade. Buscou em redes sociais por histórias semelhantes de famílias que viveram a mesma situação e conversou com especialistas.  

A professora revela que, mesmo já tendo ouvido falar sobre prematuridade, não imaginava que o nascimento precoce envolvia tantas mudanças e preocupações. Para ela, o fenômeno era algo simples e tranquilo. Tinha a ideia de que tudo se resumia a um bebê que nascia antes, entrava na UTI e saia após ganhar peso. 

No entanto, a jovem viu que muitos dos sonhos e planos mudam quando se tem uma criança prematura. Devido às complicações, por exemplo, seu ensaio fotográfico ocorreu dentro do hospital, os preparativos para o quarto da filha foram adiados, o chá de fraldas ocorreu sem sua presença e nem mesmo as roupinhas para o dia da chegada de Antônia puderam ser separadas pela mãe. 

“Eu sonhei com tantas coisas depois que soube que estava grávida. Muitos sonhos, muitos planos e, de repente, tudo muda. Em contrapartida, fui muito abençoada pelas pessoas que me cercavam”. 

O cuidado que salva vidas 

Apesar da necessidade de internação, o que fez a diferença para a saúde de Franciele e Antônia foi o acompanhamento médico em todas as fases gestacionais. Desde o momento da descoberta da gravidez, a professora aderiu ao pré-natal, procedimento que tem como objetivo garantir uma gestação saudável, bem como diagnosticar e tratar possíveis complicações, precocemente. 

Sem o atendimento dos médicos e profissionais da Unimed VTRP e do Hospital Bruno Born (HBB), a professora acredita que a fase de desenvolvimento da bebê teria sido ainda mais complicada.  

“Quisera eu que todas as mamães tivessem a oportunidade de ter sido acompanhadas por todos esses excelentes profissionais, que não mediram esforços para que a Antônia nascesse bem, dentro das melhores possibilidades da gestação”. 

O relacionamento entre equipe e paciente foi tão marcante que o HBB permitiu a vinda dos pets de Franciele para uma primeira visita nas dependências do hospital, como parte de um tratamento alternativo. “Eu só lembro das lágrimas de alegria por essas oportunidades”. 

Os desafios da prematuridade e a UTI 

Por volta das 9h, do dia 08 de dezembro de 2019, Antônia veio ao mundo com 970 gramas. Pelo fato de ser um parto de risco, o pai da menina e o fotógrafo não puderam presenciar o nascimento. Sozinha no bloco cirúrgico Franciele viu a chegada da filha envolta por uma mistura de sentimentos.  

Passada a cirurgia, Antônia foi levada para a UTI e a professora seguiu internada devido a complicações causadas pela Doença de Crohn e a pressão alta. A primeira vez que ela viu a pequena na incubadora, lembra que tinha medo de tocá-la.  

“Eu olhava e via que partes de seu corpo não estavam formadas, isso era impactante para mim. Entrar lá e ver todas aquelas caminhas cheias de bebês bem pequenos me causava um sentimento de estranhamento, um medo, uma impotência”. 

Mas dia após dia Antônia foi surpreendendo pela sua vontade de viver. A cada grama adquirida pela pequena, era comemorado por toda a equipe e familiares. E então, quando ela atingiu 2kg e já estava tomando leite, mãe e filha puderam voltar para casa, após quatro meses vivendo no hospital. 

“Eu lembro como se fosse hoje o carinho que recebemos de todos lá! Por isso, lembranças lindas! Na saída, um lindo dia de sol de janeiro batendo no nosso rosto”. 

Hoje, mãe e filha aproveitam cada minuto juntas e comemoram todas as pequenas conquistas. Para Franciele, a pequena Antônia é um presente de Deus que mudou sua vida através de muita aprendizagem.  

A relação mãe e filho (a) se fortalece na maternidade

Durante a primeira edição do Amamentar Talk, a médica pediatra Cláudia Ferri abordou sobre a importância da amamentação para a saúde dos bebês prematuros e como a relação entre mãe e filho (a) se fortalece nestes momentos de contato na UTI.

Ainda que muitas mães tenham receios sobre a prematuridade, é importante que elas não tenham medo de estar próximo dos pequenos. O contato com eles é fundamental para o desenvolvimento da saúde.

“Por isso talvez o mais importante nessa fase é ter uma equipe de apoio preparada por perto”, afirma a médica.

Confira a participação completa de Cláudia no Amamentar Talk:

Categoria: Filhos e Gestação