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Síndrome de Burnout: esteja atento aos sinais deste transtorno

Profissionais que atuam sob pressão constante, com excesso de trabalho ou em ambientes competitivos são os mais acometidos pelo fenômeno.

30 de setembro de 2021

As mudanças na rotina de trabalho, ocasionadas pelo cenário da pandemia, acenderam o alerta para um fenômeno psíquico muito comum nos ambientes profissionais: a Síndrome de Burnout. Segundo dados da International Stress Management Association Brasil (Isma-BR) o transtorno já atinge 32% da população brasileira e chama a atenção dos especialistas, que buscam alternativas para melhorar a saúde física e mental dos pacientes.  

A Síndrome de Burnout é caracterizada por sintomas como estresse, depressão, esgotamento físico e mental, dificuldade de concentração, sentimento de incompetência e até mesmo isolamento social.  

Segundo a assessora em medicina do trabalho da Unimed VTRP, Cláudia Ballico, a alteração está relacionada exclusivamente ao trabalho. Mas isso não significa que o Burnout não possa afetar outros setores da vida, como as relações familiares e os círculos de amizade. 

“Todo tipo de manifestação, tanto física quanto psicológica, faz parte do quadro clínico da Síndrome de Burnout. E, em geral, o diagnóstico é difícil de ser definido”. 

Cláudia explica que o corpo físico reflete os sofrimentos e aquilo que se passa na mente. Por isso, é comum que pessoas com problemas de ansiedade, estresse e, principalmente aquelas diagnosticadas com Burnout, também apresentam sintomas visíveis, como a insônia, a alteração do peso e dores musculares.   

Comportamento normal X excessivo

“É importante a gente considerar esse fenômeno como multicausal”, afirma o psicólogo da Unimed VTRP, Luís Fernando da Veiga. “A grande porta de entrada fala sobre as relações e os estresses no trabalho, mas que acompanham uma variedade de atravessamentos”. 

Para o psicólogo, o grande medidor da Síndrome de Burnout é a carga de estresse a qual o trabalhador é exposto diariamente. Mas, para conseguir relacionar esse excesso ao transtorno, as pessoas precisam saber reconhecer o que são respostas esperadas para um cenário inesperado (como a pandemia) e o que são exageros em ocasiões normais. 

“Estresse e ansiedade não são vilões, eles são importantes para nós. No entanto, a maneira como eles são apresentados é que é adoecedor, muitas vezes”, explica da Veiga. 

Luís Fernando da Veiga

Cláudia destaca ainda que “precisamos preparar as pessoas para que elas saibam identificar quando uma situação é algo importante ou secundário”. Ou seja, é necessário reconhecer quando as relações interpessoais são permeadas por implicâncias, dentro do ambiente de trabalho, ou apenas é a maneira como as pessoas se relacionam naquele ambiente. 

Como tratar a Síndrome de Burnout?

Uma característica de quem sofre com o Burnout é a dificuldade de pedir ajuda. Por isso, os profissionais afirmam que é importante que gestores e chefes saibam reconhecer as alterações de comportamento dos funcionários. 

Entre os principais sinais que devem ser observados, estão a irritabilidade, as entradas atrasadas e saídas adiantadas.   

Quando verificada a necessidade de tratamento psicológico ou psiquiátrico, o afastamento das atividades é uma alternativa para amenizar a situação. Mas o psicólogo explica que dentro do processo terapêutico eficaz, o primeiro desafio é desacelerar. “Com toda certeza precisa haver mudança de rotina. Vamos lançar estratégias, em um primeiro momento, para mudar o dia a dia e, se precisar, falar com gestores e colegas”.   

Claudia Ballico

Vamos falar mais sobre o tema?

Confira o bate-papo completo sobre a Síndrome de Burnout, com a participação da Dra. Claudia e do psicólogo Luís, mediada pelo  enfermeiro de relações empresariais da Unimed VTRP, Luís Felipe Pissaia. 

O podcast Mingau de Aveia trouxe a Síndrome de Burnout como tema do bate-papo do mês de setembro. Na ocasião, o enfermeiro de relações empresariais, Luís Felipe Pissaia, falou sobre os sinais, cuidados e diagnósticos. Confira.