No início deste ano, a Nature (revista científica britânica de ciência e medicina) publicou uma pesquisa indicando que o consumo de álcool pode elevar o risco de câncer. Isso porque que um subproduto da bebida alcoólica, o acetaldeído, provoca danos permanentes ao DNA de células-tronco no sangue, conforme revelou o estudo.
Mas não é de hoje que a interferência do álcool na saúde é tema de discussões científicas. A médica oncologista e responsável técnica pela Clínica de Oncologia da Unimed, Bruna Fischer Baldissera, lembra que no início do século XX, cientistas já descobriram evidências de que o álcool seria um possível agente carcinogênico, isto é, capaz de provocar modificações nas células que contribuem para a geração de células cancerosas. Com o passar do tempo, essas evidências foram ganhando força.
“Em 1988, estudos comprovaram o papel do álcool na carcinogênese dos canceres de laringe, faringe, cavidade oral, esôfago e fígado. Mais tarde, descobriu-se também a correlação com o câncer colorretal (intestino grosso) bem como o câncer de mama em mulheres”, argumenta a médica.
A oncologista explica ainda que meta-análises – estudos que reúnem resultados de vários outros estudos e fazem uma análise única – tentam estabelecer qual seria a quantidade segura que uma população saudável poderia ingerir por dia, sem agregar o risco de câncer. “Sabe-se que uma quantidade de seis a sete gramas diárias seria o ideal a não ser ultrapassado por dia. Isso seria menos que um drink por dia, porém, depende do teor de álcool que cada bebida contém. Então o recomendado é que a ingestão diária de bebidas alcoólicas seja menor que um ‘martelinho’ de cachaça, uma dose de whisky ou vodka ou, ainda, três taças de vinho”, orienta Bruna.
Lembre-se: o ideal é não cometer exageros. Siga as orientações médicas e viva com mais qualidade.
É gratuito e saudável.