Quando o alerta vem em forma de dor
11 de abril de 2015
Uma sensação dolorosa, de maior ou menor intensidade, em qualquer parte do corpo. Trata-se da definição do dicionário para a palavra dor. E quando o assunto é essa sensação, os médicos são unânimes em alertar: muitas dores subestimadas ou encaradas como corriqueiras podem ser avisos do corpo de que algo não anda bem. Atentar para esses sinais pode auxiliar no tratamento precoce de algumas doenças e prevenir agravos. “Os hábitos de vida não saudáveis de grande parte da população, como o sedentarismo, alimentação inadequada e má postura, tornam as pessoas mais propensas a alguns tipos de dores como as osteomusculares”, comenta a fisioterapeuta Raquel Fink, do Espaço Vida Unimed. Mesmo as dores em uma região do corpo podem ter localizações exatas e significados bastante diferentes. Um desses casos diz respeito às dores abdominais, que podem ser subdivididas em diversas áreas da faixa gástrica e intestinal, por exemplo, e apresentar diferenças sutis que, por sua vez, levam a diagnósticos diferentes. Um paciente com dor no estômago que melhora logo após a alimentação pode ter suspeita de úlcera. Já a dor no estômago que piora com a alimentação leva a uma investigação até mesmo de tumor no estômago. Outras dores que costumam ser quase ignoradas são as sentidas após a prática da atividade física. Afinal, a tendência é acreditarmos que exercício, para funcionar, “tem de doer”.
Efetivamente, a dor durante ou após uma atividade física pode até ser considerada normal, desde que se apresente de forma leve e sem prejuízo ao sistema musculoesquelético e cardiovascular. A dor muscular, por exemplo, é muito comum após longo período de inatividade e geralmente desaparece após um ou dois dias, até sumir por completo com a melhora do condicionamento físico. No entanto, realizar qualquer atividade física com dor, em qualquer região do corpo, pode ser um alerta e precisa ser investigada. Sentir dores, especialmente as que se prolongam por longos períodos de tempo, não é normal. É importante procurar um médico e investigar a origem da dor, para então buscar o tratamento mais adequado para o problema. “O diagnóstico e tratamento adequados são importantes, mas também é imprescindível a adesão. O paciente deve entender o processo que está passando e seguir as orientações do profissional de saúde. Dependendo do tipo de dor, haverá a necessidade de mudança nos hábitos de vida”, alerta a fisioterapeuta. A atividade física pode ser uma importante aliada contra alguns tipos de dor crônica. “A prática libera substâncias que proporcionam a sensação de bem-estar. Na maioria dos casos quem pratica acaba gostando e tendo resultados. Deve haver paciência e seguir o tratamento”, explica. “Os novos hábitos devem ser mantidos, fazendo parte da rotina”, complementa.
7 principais dores que sempre devem ser investigadas: CABEÇA Dos 10 aos 50 anos, ela geralmente é causada por alterações na visão ou nos hormônios. Acima dos 50 anos, pode estar relacionada à hipertensão. GARGANTA Pode ter origem em processos infecciosos por bactérias ou vírus. Caso se torne persistente e seja associada a sintomas como rouquidão, falta de ar, sangramento ou dificuldade para engolir, pode estar relacionada a certos tumores nas vias aéreas ou digestivas. PEITO Pode representar uma simples dor muscular na parede torácica ou indicar algum problema cardiológico, como uma angina ou até mesmo o início de um infarto. A falta de ar durante a prática esportiva pode ser normal por falta de condicionamento, mas também pode indicar um processo alérgico ao exercício ou alguma alteração cardiorrespiratória. ABDOMINAL Uma dor forte na parte baixa do abdome, acompanhada de dificuldade de evacuar e eliminar gases, pode ser sinal de diverticulite aguda. Já a dor na boca do estômago com sensibilidade do lado direito traz a possibilidade de cólica ou infecção na vesícula biliar (parte alta do abdome) ou ainda apendicite aguda (na parte baixa do abdome). Cólicas intestinais com presença de muco ou sangue nas fezes podem indicar colite ou tumores intestinais. COSTAS A má postura e o esforço físico podem machucar a coluna lombar. Principalmente quando acompanhada de irradiação, formigamento e diminuição de força motora nos membros inferiores, a dor nesta região mais baixa das costas pode estar presente nos casos de hérnia de disco. A dor nas costas também pode encobrir o câncer no pâncreas. PERNAS É uma das dores mais comuns e suas causas podem ser as mais variadas, desde problemas vasculares e artroses até doenças como hipotireoidismo e diabetes. CORPO TODO Se a sensação é de que o corpo todo vive “moído”, e essa dor geral está associada a um quadro de desânimo e falta de energia, pode ser um sintoma de depressão ou de fibromialgia.
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