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Primeiros socorros: como agir em caso de acidentes com crianças?

20 de agosto de 2015

A curiosidade é um estágio natural do desenvolvimento infantil, e é através dela que os pequenos aprendem a interagir com o meio em que vivem. Mas, por essa curiosidade aguçada, as crianças acabam ficando expostas aos acidentes, na maioria dos casos, por não terem noção do que faz bem ou é nocivo à saúde. Em muitos casos, acabam colocando objetos perigosos na boca, inalando, tocando ou absorvendo materiais nocivos. Por isso, deixamos uma dica valiosa aos pais: calma e informação é fundamental para prestar socorro quando isso acontece. A grande maioria dos acidentes tóxicos pode ser prevenida com medidas simples como armazenar produtos químicos de uso doméstico (inseticidas, limpadores, raticidas, alvejantes) em locais fechados e fora do alcance das crianças. O dia 20 de agosto foi instituído no Rio Grande do Sul como Dia Estadual de Prevenção de Acidentes Tóxicos (Lei nº 11.804/2002). O Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul atende cerca de 23 mil exposições a tóxicos anualmente. As maiores vítimas são crianças menores de cinco anos. Conforme dados do CIT, somente nos últimos 10 anos foram 40.876 acidentes tóxicos nesta faixa etária no Estado.   Produtos de limpeza com embalagens de diferentes formas e cores   O item essencial para prevenir os acidentes domésticos é a prevenção. Portanto, seguem algumas dicas valiosas para os pais e responsáveis:

  • Certifique-se de que os produtos de limpeza estejam guardados nas embalagens originais. Não misture o conteúdo em outras embalagens, como garrafas PET. Esta simples mudança poderá confundir os pequenos. Guarde todos em prateleiras altas, fora do alcance das crianças;
  • Para limpar a casa, dê preferência para produtos com aroma reduzido ou sem cheiro. Além disso, não potencialize o material com mais de uma fórmula (não misture produtos diferentes);
  • Algumas plantas, como a conhecida Comigo Ninguém Pode, são tóxicas se ingeridas. Portanto, o ideal é que não sejam mantidas em casa;
  • No banheiro, cosméticos, shampoos, enxaguantes bucais, cremes dentais, dentre outros produtos, também não devem estar ao alcance da criança;
  • Na hora de dar algum remédio, verifique a validade e preste sempre atenção na dosagem receitada pelo médico;
  • Ofereça apenas brinquedos que tenham o certificado do Inmetro. Algumas peças podem engolidas com facilidade ou soltarem tinta, contendo substâncias tóxicas.

  Caso a criança tenha contato com alguma substância tóxica, fique atento aos sinais e sintomas: Envenenamento por ingestão:

  • Queimaduras, lesões ou manchas ao redor da boca;
  • Odores incomuns da respiração, no corpo, nas roupas da vítima ou do ambiente;
  • Hálito com odor estranho;
  • Transpiração abundante;
  • Queixa de dor ao engolir;
  • Queixa de dor abdominal;
  • Náuseas, vômito, diarreia;
  • Alterações no nível de consciência, sonolência;
  • Convulsões;
  • Aumento ou diminuição do diâmetro das pupilas;
  • Alterações no pulso, na respiração e na temperatura corporal;

Envenenamento por contato:

  • Manchas na pele;
  • Coceira;
  • Irritação nos olhos;
  • Dor de cabeça;
  • Temperatura da pele aumentada;

Envenenamento por inalação:

  • Respiração rápida;
  • Tosse;
  • Frequentemente os olhos da vítima aparecerão irritados; Obs.: estes são os sintomas gerais, podem variar de acordo com o veneno inalado.

  Criança brincando no armário com produtos de limpeza   Mas afinal, o que fazer nessas situações? Nos casos de intoxicação por contato (pele):

  • Lavar abundantemente o local afetado com água corrente;
  • Se os olhos forem afetados: lavar com água corrente durante 15 minutos e cobri-los, sem pressão, com pano limpo ou gaze;
  • Encaminhar ao serviço médico (pronto socorro ou hospital).

Nos casos de intoxicação por inalação:

  • Remover a vítima para local arejado;
  • Encaminhar ao serviço médico (pronto socorro ou hospital).

Nos casos de intoxicação por ingestão:

  • Não provocar vômito;
  • Não oferecer água, leite ou qualquer outro líquido;
  • Encaminhar, com urgência, para serviço médico (pronto socorro ou hospital).

  Centro de Referência no Rio Grande do Sul Em caso de intoxicação, ligue para o Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul: 0800 721 3000. O serviço é gratuito e 24 horas.