O que é audiodescrição?
12 de novembro de 2013
Audiodescrição é um recurso de acessibilidade para pessoas com deficiência visual. Em outras palavras, o público ouve a descrição de imagens durante a exibição de filmes, peças de teatro, exposições, programas de TV. É o visual transformado em verbal. A exemplo, a audiodescritora Lívia Maria Villela de Mello Motta trabalha com o público cego desde 1999 e é uma referência no assunto. Seu trabalho envolve acompanhar os ensaios, ler o roteiro e outros materiais para criar o texto da audiodescrição. A linguagem deve ser adequada ao gênero do filme ou espetáculo. Os primeiros relatos sobre a audiodescrição remetem a 1981 com Margaret Rockwell. Ela é cega e a partir de sua própria experiência promoveu junto com Cody Pfanstiehl a descrição de peças de teatro no Arena Stage Theater, em Washington DC. No Brasil, a primeira peça do circuito comercial a contar com o recurso de audiodescrição foi “O Andaime”, no Teatro Vivo, em março 2007. E o primeiro teatro público do Brasil a exibir uma ópera com audiodescrição foi o Teatro Amazonas, em 28 de abril deste ano, na apresentação de “Sansão e Dalila”. Para conferir como funciona a audiodescrição, o estúdio Mil Palavras disponibiliza algumas produções com a técnica.
Noivos “enxergam” casamento por meio da audiodescrição
Neste ano o casamento de Roberta Fernandes e Rafael Maurício da Silva, em Osasco (Grande São Paulo), foi narrado pela audiodescritora Lívia Motta. Os dois são cegos. Rafael perdeu a visão em 2001 por causa de um descolamento na retina. Roberta ficou cega em decorrência do diabetes, em 2008. Além deles, outras 24 pessoas com deficiência visual tiveram a oportunidade de “enxergar” a cerimônia por meio de um fone de ouvido. O equipamento móvel é semelhante ao usado por tradutores simultâneos. Assim que os convidados cegos ou com baixa visão chegavam, Lívia oferecia o recurso. Esse foi o terceiro casamento narrado por Lívia. A profissional diz não cobrar por esse serviço. Em janeiro de 2014 vai narrar outro casamento. Dessa vez, em Salvador (BA). “Ela emprestou os olhos dela pra gente”, afirmou o noivo -ainda bastante emocionado, após o término da cerimônia. “Além das roupas, a Lívia narrava a fisionomia de cada um. Saber que as pessoas estavam sorrindo foi marcante”, lembra a noiva. Descrever elementos visuais não melhora somente a compreensão de cegos. “A audiodescrição também pode ser voltada a idosos, pessoas com deficiência intelectual, analfabetos, autistas e pessoas com déficit de atenção”, explica Lívia.
Categoria: Movimento | Atividade Física