Ouvidoria   

Mobilização solidária e esperança

18 de março de 2013

  O Brasil vive dias de tristeza e luto pela morte de dezenas de pessoas na tragédia de Santa Maria. Neste momento em que muitos precisam de apoio, as ações voluntárias que surgem de forma espontânea mostram o poder de mobilização solidária da sociedade. A iniciativa de duas jovens de Porto Alegre é um exemplo de como é possível fazer a diferença. Gabriela Ludwig Guerra e Mariana Camardelli De Brum se comoveram com as notícias que viram na televisão e sentiram necessidade de ajudar. A ideia foi arrecadar doações através do site de financiamento coletivo Vakinha. Em poucos minutos começaram a receber apoio de pessoas de todo o Brasil e, em apenas um dia (para a surpresa das voluntárias!), a página de doações arrecadou mais de R$ 11 mil. O valor foi destinado para a compra de água, luvas, medicamentos e alimentos, que rapidamente se esgotavam devido ao alto número de atendimentos em Santa Maria. Até mesmo o transporte desses materiais, adquiridos em Porto Alegre, foi feito de forma voluntária com o apoio de uma empresa de transporte de passageiros. Esta não é a primeira vez que Gabriela ficou à frente de iniciativas de financiamento coletivo. “Já tinha feito uma Vakinha com outras amigas para uma festa de Natal de uma ONG de Porto Alegre. Além disso, sou membro da Shoot the Shit e do Porto Alegre Como Vamos, duas iniciativas que buscam melhorar a cidade”, aponta. Mas a tragédia de Santa Maria está levando muita gente a participar ativamente na mobilização pela internet pela primeira vez, como Paula Quintas, que auxiliou Gabriela na compra de medicamentos. “Acredito que grande parte de quem está ajudando pelas redes sociais são jovens que se imaginaram ali naquela situação, perdendo amigos ou sendo as próprias vítimas. Acredito que a movimentação tenha surgido desse sentimento de identificação, aquela coisa de ‘podia ter sido comigo’”, relata. Em meio a tanta tristeza, o apoio massivo do povo brasileiro com certeza não consola a quem perdeu entes queridos, mas traz a fé de que podemos contar com o próximo, de que é possível vivermos de forma mais solidária. “A gente nunca imaginou que a mobilização fosse ser tanta. Tem muita gente entrando em contato conosco e querendo ajudar de todas as formas. Apesar de tantas coisas ruins que vemos acontecer todos os dias, isso me dá uma baita esperança”, conta Gabriela.   Via gentequecooperacresce