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Escola de SP não separa alunos por séries e troca disciplinas por projetos

02 de janeiro de 2013

Sem a separação clássica de alunos por série ou carteiras enfileiradas na sala de aula, escolas de São Paulo têm inovado na maneira de ensinar crianças do ensino fundamental. Inspiradas no modelo da Escola da Ponte, uma instituição pública localizada no Porto, em Portugal, criada em 1970, as unidades investem numa metodologia que não prevê, por exemplo, ensinar matemática ou história da forma convencional.

As disciplinas são embutidas em projetos interdisciplinares que mostram o sentido de sua aplicação. Para aprender geografia, vale dar uma volta pela cidade e no entorno da escola. Os conceitos da química ou a física podem ser encontrados em uma oficina de culinária ou na prática de esportes. Na rede municipal de São Paulo, pelo menos duas escolas trabalham dessa maneira, é o caso da Campos Salles, localizada na Favela do Heliópolis, Zona Sul, e da Amorim Lima, no Butantã, Zona Oeste. Na rede particular, há a escola Lumiar, que também possui uma unidade pública, na cidade de Santo Antônio do Pinhal, próxima de Campos do Jordão.

Há assembleias semanais, onde todas as crianças falam sobre diversos temas da escola. Vale tudo, desde uma reclamação sobre um colega, elogios, até uma reivindicação para uma reforma. O uniforme não é obrigatório – exceto nas atividades externas, e o desempenho não é avaliado somente por meio de provas.

Os alunos aprendem todas as disciplinas obrigatórias previstas pela legislação. A diferença é elas vêm embutidas em projetos que englobam diversos temas e visam desenvolver mais do que uma habilidade de uma vez.

Neste último bimestre, por exemplo, parte dos alunos de São Paulo está aprendendo matemática por meio de um projeto chamado “a busca de equilíbrio nas formas”, que também introduz artes. História e geografia é ensinada, em um dos casos, através de visitas nos bairros de São Paulo e no entorno da escola. A escrita e a caligrafia são treinadas por contos criados pelas crianças que formam um livro em um outro projeto. A aula de música inclui até conceitos de biologia no projeto “os sons da floresta densa.”

O colégio atende alunos da educação infantil e do fundamental que participam das atividades separados por ciclos. Assim as crianças de 6 a 8 anos estão no ciclo um; as de 9 a 11 no ciclo dois; e a de 12 a 14 anos no ciclo três. As aulas são chamadas de encontros que duram cerca de 50 minutos. Nos encontros os estudantes participam de projetos bimestrais que abordam diversas disciplinas e desenvolvem as habilidades.

Via g1.globo.com/educacao

 

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