Débora e Fabíola contam como conciliar maternidade e crescimento profissional
Veja o nosso conteúdo especial de Dia das Mães e Dia do Colaborador Unimed
09 de maio de 2021
Neste domingo, 09/05, é lembrado em todo o mundo o Dia das Mães. Para marcar a data, neste ano buscamos olhar para a maternidade de uma maneira diferente. Vamos conhecer a história de duas mulheres que conciliam a maternidade e o desenvolvimento na carreira. Como na última sexta-feira, 07/05, foi comemorado o Dia do Colaborador Unimed, escolhemos duas trabalhadoras da Cooperativa Médica para falar sobre o tema.
Começamos falando de alguns dados. Apesar da crise econômica mundial, a pesquisa Women In Business 2021, realizada pela empresa Grant Thornton, aponta que a média global de mulheres em cargos de alta administração cresceu para 31%. A empresa estima que, em breve, um terço dessas ocupações sejam de mulheres.
As mulheres brasileiras ultrapassaram essa média e agora ocupam 39% dos cargos de liderança sendo que, só no primeiro trimestre deste ano, esse avanço foi de 5%. Este é o caso de Fabíola Weinberger, Gerente de Marketing e Relacionamento da Unimed VTRP. Para acompanhar a evolução do mercado, Fabíola conta que já está na terceira pós-graduação. Esta última, que começou presencial e migrou para o on-line durante a pandemia.
“É um espaço de aprendizado incrível, tanto quanto espaço de trocas e reflexão quanto de apoio de uns aos outros neste momento. Senti a diferença por ser on-line, mas estamos conseguindo absorver os ensinamentos dos especialistas e trocar experiências entre os colegas”, explica Fabiola.
Ela conta que adaptou a rotina durante a pandemia justamente para estudar ler e aprofundar assuntos importante, como questões gerais de saúde e as decisões de governo sobre política e economia. “É um momento onde precisamos olhar para o todo. Não adianta olhar apenas para a minha família. Se todos não estiverem bom, ninguém estará realmente bem. Durante as aulas do ano passado e deste ano, falamos muito sobre isso, e o espaço de aprendizado tem me ajudado a enfrentar estes momentos difíceis”, complementa.
E a maternidade durante a pandemia?
Mãe do João, de 10 anos, e da Mariana, de 19, a Gerente de Marketing e Relacionamento da Unimed VTRP vê aprendizados diários. ”É um período que nos fez perceber e sentir como é importante sermos unidos e termos uma base sólida, com amor e união. Ambos tem sentido a falta dos amigos, mas nos esforçamos para criar ambientes divertidos, desde acampar no pátio a fazer cinema dentro de casa. E eles tem entendido a necessidade de ficar em casa, de esperar. Isso dá muito orgulho. Os dois entendem a prioridade de cuidar de si e do outro, nessa fase de união do núcleo familiar”, explica.
Para seguir estudando, tendo performance no trabalho e poder exercer a maternidade, a rede de apoio é fundamental. No caso de Fabiola, dentro de casa as tarefas são divididas com o esposo Felipe. “É uma divisão justa. E tem momentos que um ou outro precisa se focar mais no trabalho, e somos parceiros nisso. Agora na pandemia, por exemplo, ele estava em home office e eu estava presencial na empresa. A comida, a atenção com os filhos durante o dia, isso tem ficado mais com ele. Nos finais de semana, a divisão segue. Se um passa o aspirador, o outro passa pano. Um tira o pó e o outro limpa o banheiro. E sempre foi assim na criação com os filhos, sempre dividimos igualmente. E isso funciona também na atividade física. Quando eu faço minhas aulas de dança à noite, ele faz a janta e encaminha o almoço do dia seguinte. Quando ele vai pedalar, e eu fico responsável por essas tarefas”, pontua.
“Dividimos igualmente. Nunca pensei que poderia ser diferente. Direitos e deveres iguais, desde sempre, e isso é natural também para os filhos, todos fazem tudo juntos”, acrescenta.
Quando perguntada se a maternidade em algum momento impediu a sua evolução e o seu crescimento profissional, Fabiola lembra como foi a experiência da primeira maternidade, e como ela foi transformadora em sua vida. “A Mari veio quando eu tinha 25 anos. Eu estava me formando na faculdade, e me gerou muitas dúvidas, de como eu iria lidar com tudo. É uma dúvida que todas as mães tem, se vão ou não dar conta de ser responsável por outra vida. E aí algo mágico acontece.
Quando me tornei mãe descobri uma força que eu não sabia que eu tinha, e essa força me ajudou a fazer com que as coisas dessem certo. Seja enquanto mãe, seja enquanto profissional, é sempre dedicação total. Com o filho nos braços, vemos que temos uma razão ainda maior para fazer com que as coisas aconteçam. Ser mãe me impulsionou muito mais para querer estudar, aprender e ajudar as pessoas também. A gente recebe uma benção, uma luz, algo que nos energiza e que reflete na vida como um todo, inclusive no trabalho, no desejo de fazer a diferença na vida dos outros”, garante.
Uma nova fase
Na segunda parte desta reportagem, vamos conhecer um pouco mais sobre a experiência de Débora Meyer. Analista de Processos na Unimed VTRP, Débora está outra fase da maternidade. A mãe da Carolina, que completou 1 ano em janeiro, nos conta que a pandemia tem sido um desafio a mais nessa jornada.
“Ser mão da Carolina é maravilhoso, ela é um doce de criança, ela é minha. Como ela nasceu um pouco antes de a pandemia transformar as nossas vidas, quando voltei a trabalhar foi complicado, pois voltei direto para o Home Office. A adaptação no início foi bem complicada, pois foi difícil separar a Débora profissional da Débora mãe. Em alguns momentos foi angustiante, eu ouvia ela chorar e me chamar, mas no horário do trabalho, quem atendia o que ela precisava era a avó. Por outro lado, pude presenciar a transição alimentar a partir dos 6 meses, pude estar ali quando ela começou a engatinhar, quando deu os primeiros passos, eu pude estar junto acompanhando, e isso foi lindo, me sinto muito grata. E quando o dia está difícil, dou uma pausa, abraço ela, trocamos carinho, e isso é incrível, renova as energias”, explica.
Curiosa e estudiosa desde sempre, Débora, que divide a jornada de criação da Carolina com o marido Thales, planejou bem a gestação para que pudesse dar toda a atenção a cada conquista na vida. Assim, antes de ser mãe, ela concluiu duas graduações e uma pós-graduação, e focou muito em seu desenvolvimento pessoal nos anos anteriores. “Amo estudar e aprender, e quando estava concluindo a segunda graduação já era um desejo casar e ter filhos. Combinamos que depois de me formar, eu e ele faríamos essa pausa para focar na gestação. Foi uma parada programada, mas ainda assim durante a gestação fiz cursos de atualização ligados mais especificamente ao trabalho e foram aprendizados muito importantes. Fazia o que a barrigona permitia. Depois do parto, estava decidida que o foco seria esse novo projetinho”, conta.
O desejo por estar sempre aprendendo, no entanto, faz com que a Analista de Processos já tenha planos para retomar os estudos neste ano mesmo. “Depois do parto, minhas leituras eram sobre amamentação, criação com apego, introdução alimentar, desenvolvimento de acordo com cada fase. Somos mães 24 horas por dia, por isso, ainda não comecei uma nova pós. Enquanto isso, sigo lendo artigos, participando de webinars e eventos mais rápidos na minha área, principalmente com foco em inovação, que adoro, gestão de projetos, compliance, Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e assuntos importantes para o trabalho. Estou respeitando meus limites, mas estou avaliando, sim, o começo de uma nova especialização para o segundo semestre”, acrescenta.
Assim como Fabiola, Débora reforça a necessidade do companheiro entender a importância de dividir as tarefas diariamente. “O Thales é maravilhoso. Não é bom elogiar muito, eu sei (risos). Ele também se preparou muito para ser pai. Quando nos conhecemos, percebi que ele já tinha esse desejo. Conto que ele era um pai esperando a sua filha. Teve desde sempre muito jeito com crianças, sabe se comunicar, é lindo de ver. Ele me acompanhou em todo o processo, leu livros, foi nas consultas. Estava do meu lado em todos os momentos. E agora segue cumprindo o papel de pai com as tarefas.
A mãe naturalmente centraliza muita coisa, às vezes é necessário dividir mais, e é uma construção diária, que precisa de muita conversa, respeito e companheirismo. Somos uma equipe. O banho, por exemplo, o pai é que dá. Ele troca as fraldas também. Ele segue indo nas consultas, nas vacinas e em alguns momentos vemos olhares de surpresa, porque não é comum ver o homem fazendo isso. E todo esse processo é algo que ele assume naturalmente. Felizmente, essa nova geração está bem consciente do papel de pai, inclusive de perceber que a mãe precisa de muito apoio no início até para poder se alimentar, tomar água”, lembra.
Débora conta que a Unimed VTRP dá todo apoio e suporte em todos os momentos, desde a gestação, puerpério e desenvolvimento da criança. Ela sabe, no entanto, que isto não acontece em todos os lugares. “Entendo que maternidade não colocou obstáculos no meu crescimento profissional, já vi, inclusive, colegas sendo promovidas enquanto gestantes. A Unimed enxerga o desempenho, e é preciso que mais empresas enxerguem isso. No geral, vejo que muitas mães são, sim, inferiorizadas. No passado, antes de entrar na Unimed, ouvi esse tipo de pergunta em seleções, se eu tinha filhos, se tinha desejo de ter, se tivesse com quem ficariam. E esse tipo de pergunta não é feita aos homens, somente para as mulheres”, comenta.
E o que esperar do futuro?
Perguntamos para Fabiola e Débora algo que todas as mães vez por outra se questionam. O que esperar do futuro para Carolinas, Joãos e Marianas? Veja as respostas delas:
Débora
“Essa semana que antecedeu o Dia das Mães teve notícias difíceis, como a tragédia de Santa Catarina e a morte do Paulo Gustavo. São coisas que nos abalam muito. Estávamos falando sobre colocar a Carolina na escolinha, como seria isso, e veio essa notícia. Isso nos abalou muito. Vemos que o mundo tem maldade, que a vacina demora para chegar, e nos sentimos em alguns momentos no fundo do poço. Então, esperamos primeiro ver ela crescer, se tornar uma pessoa boa, e que ela possa viver em mundo mais justo que o de hoje, com mais empatia, com mais amor.
Espero que ela encontre pessoas boas no caminho dela, e que ela seja boa para outras pessoas também. E que ela possa crescer tendo experiência maravilhosas, tendo amigos e que as pessoas que a amam estejam sempre por perto, com muita saúde. Espero que ela consiga ver a parte bonita da vida. É o que eu tenho levado como meta. Ser uma pessoa melhor para a minha filha”.
Fabiola
“O mundo que quero parar os meus filhos com certeza é diferente do que estamos vivendo, que às vezes parece que o mau prevalece. Acredito com a minha fé que o bem sempre vence, pra que a gente possa aprender e evoluir mais rápido enquanto seres humanos. Esse não é o mundo que queremos viver e nem deixar para os nossos filhos. Vejo todos os dias, o João e a Mariana são pessoas que querem as coisas justas, e eles praticam isso também.
Então, espero que no mundo deles as pessoas tenham o direito de ser quem são e possam amar quem quiserem amar. E que eles sempre sejam do bem, bons pra si e para os outros. Que eles sejam felizes, que saibam viver também os momentos de tristeza, mas que vivam intensamente. Espero também que no mundo deles as pessoas se perdoem, se ajudem, errem mas tenham vontade de fazer melhor sempre. Que possam olhar no olho do outro, que possam ver o que as pessoas tem de bom. Enfim, sou feliz por ser mãe de duas pessoas que acreditam e praticam isso todos os dias. Sou feliz porque tenho filhos maravilhosos”.
Categoria: Filhos e Gestação, Mobilize | Diversidade