Café: é bom e faz bem!
26 de outubro de 2016
O café é a segunda bebida mais consumida no Brasil, perdendo somente para a água. A informação, divulgada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), comprova a paixão dos brasileiros pela especiaria. De acordo com a Abic, 95% dos brasileiros acima de 15 anos consomem ao menos uma xícara por dia. A boa notícia? Essa ingestão – de forma moderada – pode trazer benefícios para a saúde. É o que afirma o médico neurologista e cooperado da Unimed VTRP em Lajeado, Francisco Cosme Costa. “Por conter cafeína, a bebida, em seu uso imediato, tem a capacidade de melhorar a memória de curto prazo, também chamada de memória de trabalho. Ela ainda intensifica o nível de alerta e a capacidade de concentração, além de provocar uma sensação de bem-estar”, destaca o especialista. Além disso, ela é rica em antioxidantes, substâncias capazes de proteger as células sadias do nosso corpo contra lesões e demais danos causados pelo excesso de radicais livres. E os benefícios não param por aí. Há comprovação científica do auxílio da cafeína, que é um estimulante, no controle das dores de cabeça mais intensas. “Estudos bem desenhados mostram que a cafeína potencializa o efeito analgésico das medicações habitualmente utilizadas na enxaqueca, como aspirina, paracetamol ou ibuprofeno”, explica. O médico ainda esclarece que, ao contrário do que se imagina, a cafeína não provoca dependência. “Embora algumas pessoas tenham sintomas de abstinência quando interrompem o uso regular, estes efeitos são passageiros”, resume Costa. Existe uma grande expectativa quanto à possibilidade da cafeína reduzir, também, o risco de desenvolvimento de doenças crônicas, como Alzheimer e Parkinson. “Apesar de testes de laboratório e alguns estudos epidemiológicos apontarem para um efeito protetor da cafeína nestes casos, ainda faltam evidências científicas mais sólidas para que se comprove o uso de cafeína na prevenção destas doenças”, enfatiza o neurologista. Atenção para a quantidade Como a cafeína é estimulante, seu consumo requer cuidados. Muitas pessoas afirmam que se sentem mais acordadas e com mais energia depois de ingerir a substância. Entretanto, o que o café faz é impedir o corpo de se sentir cansado. Como isso funciona? A cafeína provoca uma confusão no cérebro, fazendo com que ele não interprete estes sinais de fadiga. Portanto, preste atenção nos seus hábitos. Tomar café para virar noites trabalhando e estudando, ou usá-lo como combustível para conseguir se manter desperto durante o dia, pode ser prejudicial à saúde. Essa afirmação aparece em um estudo realizado pelo Departamento de Medicina da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. A pesquisa revela que não dormir o suficiente é um mal cada vez mais comum na sociedade. No estudo, os cientistas provam que é durante o sono que diversos processos essenciais ocorrem, como a liberação hormonal e a regulação da glicose e do sistema cardiovascular. Por isso, dormir menos que o necessário pode estar associado a uma maior chance de a pessoa desenvolver diabetes tipo 2, obesidade, problemas cardíacos e uma série de outras doenças. A partir destas constatações, o médico neurologista faz um alerta: “o consumo elevado de café pode interferir na qualidade e na duração do sono e, em grandes quantidades, pode provocar ansiedade, tremores e palpitações”. Logo, fique atento às doses indicadas. De acordo com Costa, pode ser considerada uma dose segura, ou pelo menos, não nociva, uma quantidade máxima diária de 300 a 400 miligramas de cafeína, o que equivale a cerca de quatro xícaras de café ao dia. Para algumas pessoas, o consumo de café pode ser restringido em virtude de alguma condição de saúde, como pressão alta, por exemplo. Outros grupos que devem ficar atentos ao consumo de cafeína são grávidas, crianças, idosos e pessoas com hipersensibilidade à substância. Na dúvida, consulte um médico. Não exagerando na dose e mantendo um ciclo de sono saudável, o café é, de fato, uma bebida que traz benefícios para a saúde.
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